Exemplo

Jovem cientista cria alternativa de testes para a Covid-19

Pelotense Pedro Doleske foi convocado pelo The New York Academy of Sciences para desenvolver soluções contra o novo coronavírus

Divulgação -

As comunidades científicas do mundo inteiro estão preocupadas em achar soluções para combater o novo coronavírus. O pelotense Pedro Doleske, de 15 anos, é estudante do curso de Química do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense (IFSul) e participa de muitas academias de ciência ao redor do mundo, entre elas a The New York Academy of Sciences. Anualmente, a instituição lança desafios para jovens membros elaborarem sugestões de solução para temáticas mundiais. O assunto da edição de 2020 é o combate ao coronavírus e, em conjunto com quatro estudantes de diferentes nacionalidades, Pedro projetou um robô para realizar testes rápidos da Covid-19.

O projeto elaborado por Pedro e desenvolvido conjuntamente com Lian O’Brien (Irlanda), Muzammil Power e Niamh Smyth (Estados Unidos) e com o paulista Thomas Frade (Brasil), através da plataforma Launchpad disponibilizada pela academia, consiste em uma máquina que, entre sete e dez minutos, realiza exames sem a necessidade da presença de profissionais de saúde. O procedimento é simples. O equipamento conta com uma tela que dá instruções para que sejam colocados o nome e o número de telefone. Acima do monitor, há um termômetro, que irá verificar a temperatura do paciente. Na sequência, a pessoa retira o exame rápido no lado esquerdo da máquina e realiza a leitura do código de barras existente no envelope que guarda o teste. Após a leitura dos dados, a pessoa realiza o exame e insere o cotonete utilizado no lado direito da máquina, que o processa para fazer a análise. Para finalizar, é necessário apertar um botão na parte superior da máquina que inicia o processo de esterilização do equipamento.

Depois de um período de sete a dez minutos, o resultado estará pronto. Entretanto, a pessoa não precisa esperar pela conclusão. “A ideia é fazer um exame rápido e eficiente, que as pessoas não precisem ficar muito tempo no local, com a possibilidade de se infectar, ou contaminar outras pessoas. Um dos nossos objetivos é evitar que pessoas contaminadas circulem e causem mais contaminações. O paciente pode ir para a casa e o resultado será enviado para o número de celular cadastrado no início do processo”, explica Pedro.

Livre para cuidar de quem precisa

A ideia surgiu a partir do colapso dos sistemas de saúde ao redor do mundo. A iniciativa foi pensada com o objetivo de liberar os profissionais de saúde para os cuidados com os pacientes infectados. “Os profissionais de saúde têm muitos pacientes e nossa intenção é que eles consigam se concentrar ao máximo no cuidado dessas pessoas. Com este projeto não há necessidade de um profissional detectar a presença do vírus. Além do teste ser automatizado, a única sugestão que demos é de um voluntário para apertar o botão que esteriliza a máquina, porque as pessoas podem esquecer. E este voluntário precisa ter apenas os equipamentos de proteção, mas não necessita ter formação em nenhuma área da saúde”, contou o pelotense.

O projeto ainda não foi executado, mas o grupo de cinco estudantes, coordenado pelo pelotense, já escreveu um artigo e desenvolveu apresentações em plataformas digitais e audiovisuais para serem entregues à instituição estadunidense. “O mais legal desta comunidade internacional de pesquisadores é a especialização de cada um. Eu estudo química, mas outros possuem especificidades como tecnologia e multimídia. Um dos meus colegas escreveu o artigo que iremos enviar e outro desenvolveu uma animação que também será apresentada em Nova York”, aponta Pedro. A proposta será analisada nos Estados Unidos e, se aprovada, passará a ser produzida no país.

Mesmo jovem, Pedro é membro de mais de 20 academias de ciência ao redor do mundo, como a The Junior Academy, a X-Culture: Academia de Relações Internacionais e a Associação Brasileira de Incentivo à Ciência. Na The New York Academy Sciences, ele já participou de outros desafios, como a de 2019 sobre casas inteligentes. O início se deu há dois anos, quando estudava no colégio São José, e elaborou um projeto de membrana de absorção rigorosa, que tinha o objetivo de retirar resíduos de petróleo da água. Ele viajou o país com esta ideia, sendo apresentada em congressos, seminários e encontros científicos. Neste contexto, surgiram os convites para ingressar nas mais diversas academias do mundo e veio a indicação ao Nobel para Jovens Cientistas em 2019. “É uma grande alegria para mim poder participar destes projetos. Na minha visão, temos que desenvolver o lado da ciência, mas nunca esquecer a questão humana e de como podemos melhorar a vida das pessoas”, destaca.

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